Translate

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Ode a Camões (em seu dia)

Teus mares, esforços de grande hora
São-te as palavras, ó grande génio imortal
Carregar e apendar teu grande sentido: o ideal
Que não vem só de ontem, mas também d'agora

Por isto canto-te a grande forma, a senhora
Das tuas cortinas que miram os rios da poesia
O D'ouro conservas e o Tejo irradias
Em cada versículo posto em sua certa hora

Fostes já dia da Raça, de um, de muitos cravos
De um brado de liberdade frente a vergonha
Daqueles que navegavam contram as brumas medonhas
Da gloriosa janela que fazias florescer em estado

Tão famoso de lusitanos pertences
Dos quais pela primeira vez cantastes
E pela primeira vez fostes e falastes
Ó tu que ao Olimpo dos versos jaz imponente

Q'ria ostentar-te em tão glorioso dia
Um lábaro a envolver-te um pescoço
A provar-te o quão de divinho tens no dorso
De cada poema que pronuncias

À campa não tens lágrima que não regue
Um povo, e tantos que a estes querem unir
Teu nome é aquele a reluzir
Camões é um altar à arte que s'ergue



Eustáquio Silva (10/06/2016)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Tenho dois sonhos a mar

Tenho dois sonhos a mar
Um deles navegar sempre que vivo
Sempre que os dias parecerem pequenos
As águas parecerem profundas
As horas intermináveis
O outro é viver sempre que navego
Pois em cada nós que percorro
Deixo em marca
Aqui viveu um que fez versos
Enquanto dançava em cima do verdadeiro chão seu
As águas



Eustáquio Silva (06/06/2016)

terça-feira, 17 de maio de 2016

Cai a tarde em mim: vejo mundo

Cai a tarde em mim: vejo mundo
Como um céu que não contenta-se
Como casa que não alimenta
Meu sentimento mais profundo

E sou mesmo um mundo
Quem duvidaria?
Mesmo minha vida?
É coisa que mudo, sou, mudo

Desta noite levo, só o cálice
De minha certeza
Entre eu, minha tristeza
E que caia a tarde


Eustáquio Silva (17/05/2016)

terça-feira, 10 de maio de 2016

Soube eu que chove em ti



Soube eu que chove em ti
Chove em ti como um choro
De desgosto, de desconsolo
Chove-lhe todo o tempo, teu existir

Não, não penses que cada gota é doída 
Veio-te roubar a beleza
É poesia, é profunda limpeza
A profilaxia de tua própria vida

Sina de ser alguém imperfeito
Como todos aqueles que rodeiam-te
Que também não podem nem deitam-se
Sem um dia de lágrimas estarem cheios

A chuva de teus olhos é redentora
Traz-te de volta a antiga formosua
Transforma cada lágrima em vida sua
E lá fora só são solidárias a sua vida toda

Ó, musa, Calíope, bem o sabe
Quem não chora é quem vida não tem
A quem a toda dor diz algum amém
Não é teu caso, não é tua verdade

Por isso chores bem à vontade
Porque o choro é como inverno
Vem e esfria e depois é certo
Que deixa passo aberto à primavera de verdade


Eustáquio Silva (10/05/2016) 

domingo, 8 de maio de 2016

Minha Chávena de Mundo






Em minha chávena de mundo cabe arte, cabe vida sem grilhões, um viva à liberdade. Em minha chávena de mundo cabe uma hora a mais de sentimento e um tardio movimento à mar para vê-lo ondular sobre outra poesia. 

Em minha chávena de mundo cabe você e cabe a mim, cabe a quem quiser sentir. Não precisa de muito, apenas sinta. Apenas deixe a razão de lado e corra por ángulos não rectos e por linhas que não levam ao seu fim.  

Em minha chávena de mundo o que é é aquilo que não precisa definir-se. Em minha chávena de mundo há o que eu não posso mais deixar para depois. Em minha chávena de mundo eu gostaria de dizer que tudo importa e tudo faz algum sentido. 

Senão veja aquela flor, aquela lágrima, aquela rua, aquele pensamento, aquele desejo, aquela amizade, aquele  amor, aquela saudade. 

Eis a minha chávena de mundo. 


Eustáquio Silva (08/07/2016).

sábado, 7 de maio de 2016

Arte Galega - Carlos Barcón







Preciso eu falar mais algo? Não fala Carlos Barcón per se e traz à arte galega grande sentido? Deixo-vos com este talento e trago-vos ao conhecimentos de meus leitores e minhas leitoras. Aos que já o conhecem deleitem-se, pois vale a pena.


Eustáquio Silva (07/05/2016).